terça-feira, 19 de julho de 2011

SOBRE A INÉRCIA

       Galileu em suas discussões acerca do movimento dos corpos tentou ilustrar o conceito de inércia, através de um exemplo bem simples. Imaginem um plano horizontal infinito, reto, muito bem polido (lixado) de modo que eliminássemos toda e qualquer forma de atrito. Sendo assim, um corpo após ser empurrado sobre esse plano, não teria alguma razão para parar. E se parado não teria razão para entrar em movimento. Claro que não, não é mesmo? O que faria com que ele se movimentasse em linha reta eternamente ou permanecesse, ad infinitum, onde está.

         A matéria tem essa propriedade de se manter em estado de movimento ou repouso a menos que a ação de alguém venha forçá-la a mudar essa tendência. Chamamos essa ação de força e essa propriedade da matéria de inércia.

        A nossa mente parece mesmo trazer consigo certas conceitos básicos das leis da natureza. Parece que, por fazer parte dessa mesma natureza, o conceito e as propriedades físicas, estranhamente viajam pelo espaço – através de algo etéreo – e se conectam com a matéria, nosso o corpo, e a nossa mente, que de certa forma é a nossa alma. Isso pode trazer vantagens ou desvantagens, assim como tudo na natureza que tem, em si mesma, sua própria contradição.
           
           Muitas vezes nos encontramos em repouso de ações ou até mesmo num estado de movimento tal que nossa vida parece seguir a linha reta de um plano perfeitamente polido sem fim, e sem perspectivas de mudanças, que nos leva ao falso conforto de quem pensa que se nada muda, então está tudo correndo bem. 

        Às vezes nos enganamos com isso! Seguir pensando desse jeito, pode nos levar tão longe nesse plano infinito que ao olharmos para o lado, nos veremos só e sem possibilidade de algo que nos faça mudar de rumo. Essa inércia não nos conduz a boas lembranças no futuro que chega a cada momento que se passa em nossas vidas.

           O que nos move de maneira saudável mesmo são forças – ou ações como queiram chamar – que nos obrigue a mudar o rumo das situações, sempre que nos vemos numa zona de conforto e nos preocupamos com esse estado, pois a zona de conforto é traiçoeira. Precisamos sempre mudar o rumo de maneira consciente, para que possamos ter domínio de nossa trajetória e para que, quando a mudança seja realmente necessária, não dependamos de ações externas apenas, pois corremos o risco de estarmos sozinhos e assim não consigamos mais promover a mudança, pois não teremos mais força para tanto.


        Mude sempre que julgar ser necessário! Saia da inércia espiritual ou física. Busque forças que te ajudem promover essa mudança em qualquer coisa que te tire da linha reta que o plano polido da vida pode te conduzir. Ache essas forças onde te for mais conveniente: em Deus, em seu pais, que são enviados Dele que cuidam de ti, em seus amigos, em seus amores, seja lá onde for. Não deixe que a vida te leve solto – e que me perdoe Zeca pagodinho, por isso – tome as rédeas dela. E quando olhares para traz, verás tantas curvas e tantos caminhos diferentes que pensarás imediatamente em todos aqueles que te ajudaram a construir essa trajetória e nesse momento, sabendo que não caminhaste só, não te sentirás sozinho. 

Pense nisso!
 Robson Brufford

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